MC 07

MC 07. Título:
QUANDO O SOL SE PÔS: A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM CONTOS DE AUTORIA FEMININA

Proponentes:
Mirian Cardoso da Silva/UEM
Ana Maria Soares Zukoski/UEM
Gabriela Lasta/UNESPAR-Campo Mourão

Resumo: O objetivo desta proposta de minicurso é pensar a situação de violência contra a mulher enquanto temática em contos de autoria feminina, pautando a proposta na teoria de representatividade de Gayatri Spivak, em sua obra Pode o subalterno falar? (2010), que busca reestabelecer a importância da ideologia para se entender como opera o poder. Para isso, a teórica concebe o termo representação, que equivale não à independência dos grupos a serem representados de forma a deixarem sua subalternidade, mas sim no sentido falar por, que se relaciona com um construto político e suposto conhecimento do representado, isto é, o outro representando o subalterno, sem que a voz deste seja realmente ouvida. Por conseguinte, é observável que “em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por papel conjurar seus poderes e seus perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade” (FOUCAULT, apud Dalcastagnè, 2010, p. 44). A crítica feminista, à vista disso, tem buscado desmistificar a ideia do homem (branco) como centro e possuidor do poder (do discurso), devido a posicionamentos misóginos relacionados à produção escrita de minorias. Não obstante, muitas escritoras contemporâneas desnudam a realidade da mulher frente a uma sociedade ainda onusta de preconceitos e machismo, com um discurso de alteridade (LOBO, 1999), em busca de ruptura com o falocentrismo, através da crítica feminista, tendo em vista que a representação é assimilada enquanto um processo cultural (WOODWARD, 2007). Com efeito, a presente proposta de minicurso terá carga horária de 4 horas, e pretende pensar a situação da violência contra a mulher, entendendo-se violência de gênero como uma ruptura de qualquer forma de integridade da vítima: física, psíquica, sexual e moral. Analisando, desta forma, tanto a violência física quanto a simbólica (BOURDIEU, 1997) em alguns contos das escritoras Conceição Evaristo, Marina Colasanti, Lygia Fagundes Telles e Lívia Garcia-Roza, buscando observar as vozes, os discursos e as representações de personagens femininas, que são sinônimos de denúncia e desvelamento da realidade da mulher frente a sociedade opressora.
Palavras-chave: Literatura de Autoria Feminina. Representação. Violência de gênero.